
PARÓQUIA SANTA QUITÉRIA - CURITIBA - PR
Devoção à Divina Misericórdia
08/03/2012 15:42
“É necessário o Amor Misericordioso de Deus”. (João Paulo II)
Deus, em sua infinita Misericórdia criou todo o universo, e dentre as suas criaturas está a humanidade, como fruto de um gesto generoso, espontâneo e gratuito de seu grande Amor. A humanidade, ludibriada pelas falsas palavras do inimigo (Gn 3, 4-5), deixou-se levar e rompeu a pureza original com que foi criada (Gn 3, 11). A partir deste momento inicia-se o Plano de Deus para a humanidade, até que Jesus, o “Filho de Deus feito homem nos revela definitivamente a misericórdia do Pai, única esperança de paz para o mundo” (Carta enc. Dives in Misericordia).
Em ratificação constante deste Grande Amor, surgiu na década de 30, na Polônia, a Devoção à Divina Misericórdia através de Santa Faustina, para quem Jesus revelou através de visões e alocuções a centralidade do mistério do Amor Misericordioso de Deus para com o mundo e a humanidade, especialmente os pecadores, sofredores e agonizantes. Amor este que nos chama a uma séria reflexão acerca dos valores que estamos vivendo e passando às nossas gerações.
As mensagens de Jesus a Santa Faustina estão registradas em seus escritos, intitulados Diário de Santa Faustina, e traduzem uma grande preocupação. Percebe-se que a Devoção à Misericórdia Divina é uma preparação da humanidade para o encontro com Cristo. O próprio Jesus afirma que está prolongando em nosso favor o “tempo da Misericórdia” (D 1160). Em outra passagem declara: “Antes de vir como justo Juiz, abro de par em par as portas da Minha misericórdia” (D 1146; 1728). Mais enfáticas ainda são as declarações seguintes: “Minha filha, fala ao mundo da Minha misericórdia, que toda a humanidade conheça a Minha insondável misericórdia. Este é o sinal para os últimos tempos; depois dele virá o dia da justiça” (D 848); “Estou dando à Humanidade a última tábua da salvação, isto é, o refúgio na Minha misericórdia” (D 998; 1228); “Sou três vezes Santo e abomino o menor pecado. Não posso amar uma alma manchada pelo pecado, mas quando se arrepende, não há limites para minha generosidade com ela. A Minha misericórdia a envolve e justifica” (D. 1728).
Fica muito claro com estas palavras de Jesus que é impossível a salvação sem recorrermos à Misericórdia de Deus. “Não há nada que o ser humano necessite mais do que a Divina Misericórdia”, afirma o Papa João Paulo II, até porque em linhas gerais percebemos que toda a história da salvação está marcada pela revelação de um Deus que não pactua com o mal, mas que vence o mal pelo bem, ou seja, com seu amor misericordioso para com o pecador.
No Diário de Santa Faustina, além das obras de misericórdia corporais e espirituais que devem ser praticadas por todo e qualquer cristão, encontramos também 05 formas de praticar a Devoção à Misericórdia Divina.
1 – Veneração da Imagem de Jesus Misericordioso
Santa Faustina estava em seu quarto e viu Jesus vestido de branco, com uma mão erguida para bênção e outra tocando a túnica. Da túnica entreaberta saiam dois grandes raios, um vermelho e outro branco. Em seguida Jesus disse: “Pinta uma imagem de acordo com o modelo que estás vendo, com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós” (D 47). “Por meio desta imagem concederei muitas graças às almas; que toda alma tenha, por isso, acesso a ela” (D 570). Um dos grandes desafios da Devoção à Divina Misericórdia e fazer com que em cada Lar cristão tenha uma imagem de Jesus Misericordioso.
2 – A Festa da Misericórdia
Tem destaque especial entre todas as formas de devoção à Misericórdia Divina. Celebrada no primeiro domingo depois da Páscoa, como pedido direto de Jesus. “Quero que esta imagem seja benzida solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa, e esse domingo deve ser a Festa da Misericórdia” (D 49). A Festa da Misericórdia foi instituída no calendário litúrgico pelo Papa João Paulo II, no dia 23 de maio de 2000. Os preparativos para esta Festa começam na Sexta-Feira Santa, com o primeiro dia da Novena.
3 – Terço da Divina Misericórdia
Oração ditada pelo próprio Jesus à Santa Faustina como oração de expiação e para aplacar a ira da Justiça de Deus (D 474-476). “Defendo toda alma que recitar este terço na hora da morte, como se fosse a Minha própria Glória (...)”. O Beato Miguel Sopocko, confessor de Santa Faustina, afirma que “sem a oração o pecador não consegue romper com o pecado e o justo não consegue progredir no caminho da virtude”. Esta oração é um constante pedido de misericórdia para si e para o mundo inteiro, por isso o Terço deve ser meditado todos os dias.
4 – Hora da Misericórdia
Jesus mandou venerar a hora de sua morte, ou seja, às 15 horas. “Quando ouvires o bater do relógio às três horas da tarde, deves mergulhar toda na Minha Misericórdia (...) nesta hora conseguirás tudo para ti e para os outros (...) nessa hora a misericórdia venceu a justiça (...). Reza nesta hora a Via Sacra, entretanto, se os afazeres não o permitirem, recolhe-se em oração, ao menos por um momento, onde estiver” (1572).
5 – Divulgação do Culto à Misericórdia Divina
A divulgação do Culto à Misericórdia Divina consiste não somente no ato de falar para as pessoas ou distribuir informativos acerca da Misericórdia Divina, mas também e principalmente tendo sempre um atitude cristã de fé e confiança em Deus, tornando-se cada vez mais misericordioso e testemunho vivo (D 1059). “As almas que divulgam o culto da Minha misericórdia, Eu as defendo por toda a vida como uma terna mãe defende seu filhinho e, na hora da morte, não serei Juiz para elas, mas sim, o Salvador Misericordioso” (D 1075)
Que a mensagem da Divina Misericórdia nos estimule a viver em constante, serena e ativa vigilância, esperando o grande dia do nosso encontro definitivo com Nosso Senhor.
Para maiores informações acerca da Misericórdia Divina, visite o site www.misericordia.org.br.
Colaboração: Jorge Lopes da Silva
Coordenador do Grupo Divina Misericórdia
Filósofo – jorgelps2008@gmail.com
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